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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mistura de soluções

III – SOLUÇÕES

III.1 – Classificação das Misturas: Soluções e Dispersões.

Frequentemente as substâncias químicas (elementos e

compostos) encontram-se misturadas umas às outras. O

sangue, a água do mar, o solo e o próprio ar são exemplos de

misturas. As misturas podem ser heterogêneas ou

homogêneas.

a) Misturas heterogêneas: são constituídas de duas ou

mais fases. Uma fase de uma mistura é identificada

por possuir um aspecto visual uniforme, mesmo ao

microscópio mais potente. As propriedades

organolépticas e algumas propriedades físicas são

constantes ao longo de uma fase. As misturas

heterogêneas são também chamadas de

DISPERSÕES.

As dispersões são formadas por um constituinte em maior

quantidade de matéria chamado de DISPERGENTE e um ou

mais constituintes em menor quantidade de matéria chamados

de DISPERSOS.

As dispersões podem ser classificadas, quanto ao

tamanho das partículas do disperso, em dispersões grosseiras

(diâmetro das partículas superior a 1000 Å) e dispersões

coloidais (diâmetro de partículas entre10 e 1000 Å).

1 Å = 10-10 m

b) Misturas homogêneas: são misturas que apresentam

uma única fase, são também chamadas de

SOLUÇÕES. As soluções são formadas por partículas

que apresentam diâmetros inferiores a 10 Å.

As soluções são formadas por um constituinte, geralmente

em maior quantidade de matéria chamada de SOLVENTE e um

ou mais constituintes em menor quantidade chamados de

SOLUTOS.

A figura abaixo resume a classificação das misturas quanto

aos tamanhos das partículas que as formam:
 


III.2 –Classificação das soluções


a) Classificação quanto às fases de agregação: As

soluções podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. A

fase de agregação do solvente é quem determina a

fase de agregação da solução.

Soluções sólidas: latão, bronze, ouro, aço;

Soluções líquidas: água do mar, gasolina, soro

fisiológico;

Soluções gasosas: ar, gás de cozinha;

b) Classificação quanto à condução da corrente

elétrica: As soluções podem ser classificadas em não

eletrolíticas e eletrolíticas.

b.1). Soluções não eletrolíticas: são também chamadas

de soluções moleculares, pois as partículas do

soluto são moléculas neutras. Essas soluções não

conduzem corrente elétrica.

Exemplo: solução de sacarose em água,

solução de etanol em água.

b.2). Soluções eletrolíticas: são também chamadas de

soluções iônicas, nessas soluções as partículas do

soluto são íons. Essas soluções conduzem corrente

elétrica.

Exemplo: cloreto de sódio em água, solução

de hidróxido de sódio e sulfato de sódio.

+ −

+ −

+ −

⎯⎯⎯→ +

⎯⎯⎯→ +

⎯⎯⎯→ +

2

2 4 4 2 2

2

2

Na SO Na SO

NaOH Na OH

HCl H Cl

H O

H O

H O

c) Classificação quanto à concentração do soluto na

solução: As soluções podem ser classificadas em

diluídas e concentradas.

c.1). Soluções diluídas: uma solução é considerada

diluída quando a concentração do soluto é

considerada pequena. Porém, não existe um

parâmetro rigoroso para estabelecer se uma

solução é diluída. Admite-se, geralmente, que

soluções de concentração até 0,1 mol/L são

diluídas.

c.2). Soluções concentradas: são soluções onde a

concentração do soluto é considerada elevada,

geralmente, superior a 0,1 mol/L.

III.3 –Concentração das soluções

Podemos expressar concentração das soluções

relacionando a quantidade de soluto existente em certa

quantidade padrão de solução ou de solvente.

Dependendo das grandezas utilizadas para expressar as

quantidades de soluto e de solvente teremos diferentes

expressões de concentração. Essas expressões de

concentração podem ser físicas ou químicas.

III.3.1 –Expressões físicas de concentração

As expressões físicas de concentração são aquelas que

não dependem da massa molar do soluto.

a) Título em massa (τ): o titulo em massa indica o número

de unidades de massa de soluto existente em 100

unidades de massa da solução.
 
O título em massa pode ser igualmente expresso em

termos percentuais, nesse caso, é denominado de

porcentagem em massa do soluto.
 
Uma solução de KCl 10% possui 10 g de soluto em


100 g de solução ou 90 g de água.

Uma solução de KCl 30% possui 30 g de soluto em

100 g de solução ou 70 g de água.

Exemplo: Uma massa de 40g de NaOH são dissolvidas em

160g de água. Qual a porcentagem, em massa, de NaOH

presente nesta solução?

b) Título em volume (τV): o titulo em volume indica o

número de unidades de volume de soluto existente em

100 unidades de volume da solução.



O título em volume pode ser igualmente expresso em


termos percentuais, nesse caso, é denominado de porcentagem em volume do soluto.

Exemplo: Calcule a porcentagem em volume de etanol em uma


solução preparada pela dissolução de 80 g de etanol em 1L de

água destilada. Considere a densidade do etanol como sendo

igual a 0,8 g/mL e a densidade da solução resultante como

sendo igual a 0,998 g/mL.

c) Concentração em massa (C): a concentração em massa

indica a massa de soluto (msoluto) que se encontra

dissolvida em um volume padrão de solução (Vsolução).
 
 
 
Geralmente a concentração do soluto é expressa em g/L,


porém, pode ser expressa eventualmente em g/mL, kg/L,

mg/dL, etc.

Exemplo: 40 g de nitrato de potássio foram dissolvidos em 190

cm3 de água destilada, fornecendo 200 cm3

de solução. Calcule

a concentração em massa dessa solução em g/L.

Exemplo: Num balão volumétrico de 250 mL adicionou-se 2 g

de sulfato de amônio [(NH4)2SO4]. Qual a concentração da

solução obtida, em g/L.

d) Concentração em partes por milhão (ppm): a

concentração em partes por milhão indica quantas partes

do soluto existem em um milhão de partes da solução (em

volume ou em massa).

1 ppm= 1 parte do soluto / 106

partes de solução

Concentração em ppm expressa em volume/volume –

ppm(v/v): unidade usada para expressar concentrações de

soluções gasosas.

1 ppm (v/v) = 1 cm3

de soluto / 1 m3

de solução

􀜥􀯣􀯣􀯠 􀵌

􀜸􀯦􀯢􀯟􀯨􀯧􀯢􁈺􀜿􀝉􀬷􁈻

􀜸􀯦􀯢􀯟􀯨çã􀯢􁈺􀝉􀬷􁈻

Concentração em ppm expressa em massa/massa –

ppm(m/m): unidade usada para expressar concentrações de

misturas sólidas.

1 ppm (m/m) = 1 mg de soluto / 1 kg de mistura

􀜥􀯣􀯣􀯠 􀵌

􀝉􀯦􀯢􀯟􀯨􀯧􀯢􁈺􀝉􀝃􁈻

􀝉􀯦􀯢􀯟􀯨çã􀯢􁈺􀝇􀝃􁈻

Concentração em ppm expressa em massa/volume –

ppm(m/v): unidade usada para expressar concentrações de

soluções muito diluídas.

1 ppm (m/v) = 1 mg de soluto / 1 L de solução

􀜥􀯣􀯣􀯠 􀵌

􀝉􀯦􀯢􀯟􀯨􀯧􀯢􁈺􀝉􀝃􁈻

􀜸􀯦􀯢􀯟􀯨çã􀯢􁈺􀜮􁈻

Exemplo: Quantos gramas de cloreto existem em 1000 L de

uma água que possui uma concentração de cloretos igual a

250 ppm (m/v).

e) Concentração em partes por bilhão (ppb): a

concentração em partes por bilhão indica quantas partes

do soluto existem em um bilhão de partes da solução (em

volume ou em massa)

1 ppb= 1 parte do soluto / 109

partes de solução

f) Densidade (d): a densidade de uma solução é a razão

entre a massa e o volume dessa solução.
 
A densidade de uma solução varia de acordo com a


quantidade de soluto dissolvida em uma dada quantidade

padrão de solução. Assim, a densidade pode ser usada como

uma unidade de concentração. Geralmente, se expressa à

densidade em g/mL, porém outras unidades podem ser

usadas.

Através da densidade podemos relacionar o título e a

concentração em massa de uma solução:

C(g/L) = 1000 (mL/L) x d (g/mL) x τ

Exemplo: Misturando-se 30 mL de etanol e 70 mL de água

obtém-se uma solução de densidade igual a 0,97 g/mL a 20°C,

sabendo que a densidade do etanol é 0,8 g/mL calcule a

porcentagem em massa de etanol na solução e a sua

concentração em g/L.

III.3.2 – Expressões químicas de concentração

As expressões químicas de concentração são aquelas que

dependem da massa molar (MM) do soluto.

Neste ponto devemos lembrar que a massa molar de uma

substância expressa à massa em gramas de um mol dessa

substância.

A quantidade de matéria (n) pode ser calculada dividindose

a massa de uma substância por sua massa molar:
 
a) Fração em quantidade de matéria (X): a fração em

quantidade de matéria de um soluto em uma solução é a

razão entre a quantidade de matéria do soluto e a

quantidade total de matéria da solução.
 
Analogamente, temos:
EXEMPLO: Calcular as frações em quantidade de matéria do


soluto e do solvente em uma solução preparada a partir da

mistura de 80 g de metanol (CH3OH→ 32 g/mol) e 720 g de

água (H2O→ 18 g/mol).

b) Concentração em quantidade de matéria (M): é a

razão entre a quantidade de matéria de um soluto e o

volume da solução em litros.
A concentração em quantidade de matéria é a unidade de


concentração recomendada pela IUPAC. Informalmente é

chamada de molaridade.

EXEMPLO: Calcule quantos gramas de hidróxido de sódio

(NaOH→ 40 g/mol) são necessários para preparar 500 mL de

uma solução 0,8 mol/L desta substância.

c) Molalidade (w): unidade de concentração química que

expressa a quantidade de matéria dissolvida numa

massa de 1 quilograma de solvente.
A molalidade é útil quando grande rigor é exigido na


medida da concentração e trabalha-se em condições não

isotérmicas.

EXEMPLO: Calcule a molalidade de uma solução de glicose

(C6H12O6 → 180 g/mol), preparada pela dissolução de 45 g de

glicose em 1,0 L de água.

d) Normalidade (N): a normalidade é a relação entre o

número de equivalente-grama do soluto (ne) e o volume

da solução em litros (V).

O equivalente-grama (E) de uma substância equivale

à massa em gramas dessa substância que reage

movimentando 1,0 mol de elétrons.

Desta forma o equivalente-grama de uma substância

dependerá da reação da qual ela participe. Uma

substância pode assim ter mais de um equivalentegrama.

No cálculo teórico do equivalente-grama (E) dividimos a

massa molar da substância (MM) pela valência (k) da mesma.
O valor de k é determinado de forma diferente segundo o


tipo de substância em questão:

Ácidos → k é igual ao número de hidrogênios ionizáveis;

Hidróxidos → k equivale ao número de hidroxilas;

Sais → k equivale à carga total dos cátions ou dos ânions

tomada em módulo;

Oxidantes e redutores → k equivale ao número de elétrons

trocados durante a reação de oxidação ou redução.

EXEMPLO: Calcule o equivalente-grama das seguintes

substâncias: ácido sulfúrico (98 g/mol), ácido fosfórico (98

g/mol), ácido fosforoso (82 g/mol), hidróxido de cálcio (74

g/mol), sulfato de alumínio (342 g/mo), dicromato de potássio

(294 g/mol) (6e-+ H2S + Cr2O7

2- → 2Cr3++ 7H2O).

O número de equivalente-grama (ne) contidos em uma

massa qualquer de substância é calculado como a razão entre

a massa da substância e o seu equivalente-grama:
Dividindo o número de equivalente-grama do soluto pelo


volume da solução em litros obtemos a normalidade de uma

solução:
 
EXEMPLO 01: Calcule a normalidade de uma solução de ácido


sulfúrico obtida pela dissolução de 4,9 g desse ácido em 500

mL de solução.

Exemplo 02: O hidróxido de amônio P.A. é vendido sob a forma

de uma solução contendo entre 28 e 30% de NH4OH (35

g/mol), cuja densidade é igual a 0,91 g/mL. Calcule quantos

mililitros de hidróxido de amônio P.A devem ser utilizados para

preparar 500 mL de uma solução 0,4 eq/L.

III.3.3 – Convertendo unidades químicas de concentração

a) Convertendo concentração em quantidade de matéria

em concentração em massa: para convertermos a

molaridade (concentração em quantidade de matéria) em

concentração em massa, devemos multiplicar a

molaridade pelo valor da massa molar do soluto.
EXEMPLO 01: Qual é a concentração em g/L de uma solução


de cloreto de sódio (NaCl → 58,5 g/mol) 0,1 mol/L?

EXEMPLO 02: Qual é a molaridade de uma solução que

contém 6,3 g/L de ácido nítrico (HNO3 →63 g/mol)?

b) Convertendo concentração em quantidade de matéria

em molalidade: para convertermos a concentração em

quantidade de matéria em molalidade é necessário que a

densidade da solução seja conhecida. Os passos a seguir

possibilitam a conversão de molaridade em molalidade:

1) Achar a massa correspondente a 1,0 L de solução

usando a densidade.

2) Subtrair a massa de soluto contida em 1,0 L de solução

da massa da solução para achar a massa de solvente.

3) Aplicar a definição de molalidade, lembrando de

transformar a massa de solvente em kg.

EXEMPLO: Calcule a molalidade de uma solução de glicose,

C6H12O6 (180 g/mol), cuja concentração em quantidade de

matéria é 0,5 mol/L e cuja densidade é 1,014 g/mL.

c) Convertendo concentração em quantidade de matéria

em normalidade: para convertermos a molaridade

(concentração em quantidade de matéria) em

normalidade, devemos multiplicar a molaridade pelo valor

da valência do soluto.

N = k . M

EXEMPLO: Qual é a normalidade de uma solução de ácido

sulfúrico 0,5 mol/L?

d) Convertendo normalidade em concentração em

massa: para convertermos a normalidade em

concentração em massa devemos multiplicar o valor em

normalidade pelo equivalente-grama do soluto.
III.4 –Diluição de soluções


DILUIÇÃO: processo no qual se adiciona solvente a uma

solução de forma a diminuir sua concentração.

Obs. 1: O processo inverso à diluição é a concentração.

Na operação de concentração retira-se solvente da solução,

geralmente por evaporação, aumentando-se a concentração da

mesma.

Obs. 2: Nos processos de diluição e concentração alterase

o volume de solução, porém, a quantidade de soluto (em

massa, quantidade de matéria ou número de equivalentes)

permanece inalterado.

ESQUEMA GERAL DE UMA DILUIÇÃO:
 
Quando uma diluição é realizada, podemos escrever a


seguinte relação entre as concentrações da solução inicial e da

solução final (resultante da diluição).
Onde: Ci e Cf podem ser expressas em concentração em


massa, concentração e quantidade de matéria ou normalidade.

EXEMPLO: 20 mL de uma solução de concentração igual a 8

g/L de hidróxido de potássio foram diluídos até um volume final

de 100 mL. Calcule a concentração em mol/L da solução

resultante.

III.5 –Mistura de soluções

III.5.1 –Mistura de soluções de mesmo soluto

Quando duas soluções de um mesmo soluto e mesmo

solvente, porém, de concentrações diferentes, são misturadas,

obtemos uma solução de concentração intermediária entre as

duas soluções misturadas.

A quantidade de soluto presente na solução resultante

será igual à soma das quantidades de soluto existentes nas

soluções originais.

ESQUEMA GERAL DE UMA MISTURA DE SOLUÇÕES:
A equação a seguir permite calcular a concentração da


solução resultante da mistura de duas soluções:
Teremos que a concentração da solução resultante será:
Onde, C1, C2 e C3 são concentrações expressas em g/L,


mol/L ou eq/L.

EXEMPLO: Calcule a concentração de uma solução de

sacarose obtida pela mistura de 200 mL de uma solução 0,2

mol/L de sacarose com 600 mL de outra solução 0,6 mol/L de

sacarose.

III.5.2 –Mistura de soluções de solutos diferentes sem

reação química

Na mistura de duas soluções de mesmo solvente,

contendo solutos diferentes que não reagem entre si, podemos

tratar cada soluto isoladamente como se ocorresse uma

diluição.

EXEMPLO 01: 500 mL de uma solução 0,4 mol/L de glicose

são misturados a 300 mL de uma solução 0,8 mol/L de frutose.

Calcule as concentrações de glicose e frutose na solução

resultante.

EXEMPLO 02: Quando 200 mL de uma solução 0,1 mol/L de

NaNO3 são misturados com 300 mL de uma solução 0,2 mol/L

de Ba(NO3)2, a concentração de íons nitrato na solução

resultante, expressa em mol/L, será igual a:

a) 0,03 b) 0,07 c) 0,14 d) 0,28

III.5.3 –Mistura de soluções de solutos diferentes com

reação química

Quando misturamos soluções de solutos diferentes que

reagem entre si, a concentração das espécies presentes na

solução resultante dependerá da quantidade de reagentes

consumidos e da quantidade de produtos formados na reação.

Devemos efetuar, então, um balanço de matéria, considerando

as quantidades de matéria inicialmente presentes, quanto foi

consumido e quanto foi gerado de cada espécie pela reação.

REAGENTE LIMITANTE: Num dado sistema reacional chamase

de reagente limitante aquele que se encontra em quantidade

inferior à necessária para reagir estequiometricamente com os

outros reagentes que participam da reação. O reagente

limitante será completamente consumido na reação.

REAGENTE EM EXCESSO: Reagente que não é consumido

inteiramente na reação por encontrar-se em quantidade

superior à necessária para reagir estequiometricamente com os

outros reagentes que participam da reação.

EXEMPLO: 200 mL de uma solução 0,5 mol/L de ácido

sulfúrico foram adicionados a 800 mL de uma solução 0,4

mol/L de NaOH. Calcule as concentrações em quantidade de

matéria de NaOH, H2SO4 e Na2SO4 na solução resultante.

Atomistica 1ºano

Com o advento de novas descobertas na área da mecânica quântica entre os séculos XIX e XX, o modelo de Rutheford-Bohr, consolidado em 1913, o qual se aplicava muito bem aos átomos com um só elétron, não foi capaz de explicar fenômenos envolvendo átomos com mais elétrons, por isso surgiu a necessidade de aperfeiçoar o modelo, segundo as observações experimentais, resultando no conceito de subníveis atômicos ou subníveis de energia.

Nos experimentos com espectroscopia com a difração da luz emitida pela transição eletrônica dos átomos, foi possível observar que havia uma raia de diferentes comprimentos de onda emitidos, dentro de uma mesma estreita faixa, de um mesmo nível de energia. Foi então que, em 1919, o físico inglês Arnold Sommerfeld (1868-1951) buscou uma solução, ele propôs que os elétrons deveriam assumir órbitas elíptcas variadas dentro de um mesmo nível, com mesma energia, permitindo um “espectro de raias” na emissão de luz. Cada órbita recebeu o nome de subnível e, cada qual, foi identificado com uma letra: s, p, d ou f (letras relacionadas as palavras do inglês: sharp, principal, diffuse e fundamental; visto a descriçao do comportamento de cada orbital).

Em 1924, o físico inglês Edmund Clifton Stoner(1889-1973) chegou ao número máximo de elétrons comportado por cada subnível:

s: 2 elétrons, p: 6 elétrons, d: 10 elétrons e f:14 elétrons.

Para conhecer a relação de energia de cada subnível, basta verificar o diagrama criado por Linus Pauling a cerca da distribuição eletrônica de um átomo no estado fundamental:


Distribuição de Energia


Energia:

1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5 s< 4d < 5p < 6s < 4f < 5d < 6p < 7s < 5f < 6d < 7p

Seguindo a sequência de distribuição energética, pode-se representar os elétrons de um átomo da seguinte forma:

Exemplo:

nitrogênio N: 1s²2s²3s³

Sendo que, por convenção, para 3s³, por exemplo, tem-se 3 elétrons no subnível p do 4º nível.

Os subníveis também possuem representaçao espacial de acordo com a distribuição de probabilidade dos elétrons, dada por:


Os subníveis representam apenas um modelamento correspondente aos ensaios experimentais, pois se ajustam bem, mas não correspondem á realidade e, por isso, não podem ser traduzidos como a distribuição real dos elétrons, que é muito mais complexa.

Ao passar pela história da química, na área da atomística (que estuda o átomo), tudo começou quando em 478 a.C., um filósofo grego chamado Leucipo, fez a seguinte observação: a areia da praia de longe parece contínua, mas após chegarmos perto dela existirão milhares de grãos de areia. Assim tudo no Universo parecesse contínuo mas na verdade são formados por “grãozinhos”. A esses ”grãozinhos” eles deram nome de átomos (algo indivisível).

Mas na época acabou predominando a teoria de Aristóteles (384-322 a.C.), onde dizia que tudo é constituído por quatro “elementos” básicos: fogo, terra, ar e água.

Somente no século XIX, John Dalton (1766-1844) retomou a teria de Leucipo, mas modificando-a dizendo que os átomos são indivisíveis, mas que existe, por exemplo, a diferença do átomo de ferro do átomo de magnésio, diferenças de massas e tamanhos. Mas a teoria de Dalton não explicava a natureza elétrica da matéria, onde cargas elétricas de sinais diferentes se atraem e de sinais iguais se repelem.

Por volta de 1887 um cientista inglês chamado Joseph John Thomson fez experiências com tubo de raios catódicos, e concluiu que os raios catódicos são na verdade, constituídos pelo fluxo de partículas menores que o átomo e dotadas de carga elétrica negativa. Estava descoberto o elétron.

Tubos de raios catódicos: São tubos de vidro que contém nas duas pontas extremidades metálicas (chamadas de eletrodos) ligadas a uma bateria. Quando a pressão dentro desse tubo é diminuída, o gás entre os eletrodos transmite certa luminosidade (Você verá um tubo desses se olhar para a lâmpada fluorescente, que tem na sua casa ou escola), mas quando abaixarmos muitíssimo a pressão (cerca de 100mil vezes a pressão ambiente) a luminosidade desaparece, restando apenas uma mancha luminosa atrás do pólo positivo (chamado de raio catódico).

Obs: Os raios catódicos são formados independentes do tipo de gás utilizado.

Assim J.J. Thomson formulou um modelo onde o átomo é uma esfera positiva com elétrons “incrustados”, onde a carga negativa dos elétrons compensaria a carga positiva do átomo.

Na mesma época o cientista alemão Eugene Goldstein descobriu, com tubo de raios catódicos modificados, os prótons que pesavam 1836vezes mais do que o elétron. Assim essa descoberta abalou o modelo de Thomson que não levava em conta os prótons.

Ernest Rutherford (1871-1937), cientista nascido na Nova Zelândia, realizou em 1911 um experimento onde derrubou de vez o modelo de Thomson.

Ele “bombardeou” uma finíssima folha de ouro com partículas radioativas carregadas positivamente (chamada de partículas alfa), e usou uma tela fluorescente que emitisse uma luminosidade quando atingida por partículas alfa. Observou-se que a maioria das partículas alfa atravessava a folha sem qualquer desvio. Apenas algumas poucas eram desviadas ou ricocheteavam. Aí foi quando Rutherford o “modelo planetário”, onde o átomo se assemelha ao sistema solar, com os elétrons girando em torno do núcleo, como os planetas em volta do sol.

Alguns cientistas observaram que ao adicionar um elemento à chama de bico de Bunsen, observou-se que a chama, inicialmente azul claro, adquire uma cor característica de cada elemento.

Elemento Cor

Lítio Carmim

Sódio Amarelo

Potássio Violeta

Cálcio Vermelho-tijolo

Estrôncio Vermelho

Bário Verde

Cobre Azul

Chumbo Azul-claro

Faça uma experiência em casa: jogue um pouco de sal de cozinha (NaCl: cloreto de sódio) na chama do fogão à gás, e você verá a cor amarela proveniente do sódio (cuidado para não se queimar e nem sujar o fogão da mamãe).

Mas acontece que alguns cientistas descobriram que ao passar a luz do sol (ou lâmpada comum) pelo prisma, ela se decompõe em varias cores conhecidas como arco-íris. Que foram chamados de espectro da luz visível. Também fazendo experiências com lâmpada de gás (tubos de raios catódicos, lembra?), notaram que esses não se observavam espectros completos, mas apenas algumas linhas, correspondentes somente algumas freqüências das ondas de luz visível. É chamado de espectro de linhas ou espectro atômico. Mas nenhum cientista foi capaz de explicar esses espectros.

Acontece que um cientista dinamarquês, Neils Bohr (Cada nome difícil! Neils, Thonsom, Stanlei. He! He! He!), propôs uma resposta para o mistério.

Bohr, em 1913, propôs um modelo onde:

1. 1.Os elétrons nos átomos movimentam-se ao redor do núcleo em trajetórias circulares, chamadas de camadas ou níveis (Ufa! Demorou, éin!).

2. 2.Cada um desses níveis possui um valor determinado de energia.

3. 3.Não é permitido a um elétron permanecer entre dois desses níveis.

4. 4.Um elétron pode passar de um nível para outro de maior energia, desde que absorva energia externa (energia elétrica, luz, calor, etc.). Quando isso acontece, dizemos que o o elétron foi “excitado”.

5. 5.O retorno do elétron ao nível inicial se faz acompanhar da liberação de energia na forma de ondas eletromagnéticas (ondas que se propagam no ar e no vácuo: luz visível ou ultravioleta).

Assim foram quantizadas as energias dos elétrons, isto é, deveriam possuir determinados valores. Cada camada ou nível tinha sua energia determinada.
A absorção de energia excita o elétron No retorno ao estado fundamental ocorre liberação de energia


Assim Bohr consegue explicar os espectros atômicos. Nas lâmpadas os elétrons do gás são excitados (o elétron “pula” de um nível de energia menor para um maior) por uma corrente elétrica. Quando voltam para o nível de energia menor desprendem ondas de luz visível.

Como nada no mundo é perfeito como queríamos, veio um tal de físico Werner Heisenberg (Outro nome difícil!), que fez uma pergunta interessante: Se formos medir a temperatura de um copo d’água é só colocar um termômetro e obteremos o valor correspondente. Mas se quisermos medir a temperatura de uma gotícula, a temperatura do termômetro não irá interferir?

É claro que interfere. Aí Heisenberg formulou em 1927 o chamado: Princípio de Incerteza de Heisenberg. Onde diz que: O ato de medir altera a grandeza medida. Isso se torna tanto mais problemático quanto menor é o objeto de medida. E como vamos saber onde está exatamente o pequeníssimo elétron? Para Heisenberg o elétron é mais bem caracterizado por sua energia do que por sua posição, velocidade ou trajetória.

“Já que era incerta a posição dos elétrons, vamos estudar suas energias por seus espectros”, assim pensaram os cientistas, que continuaram a trabalhar com espectros. Por espectro os cientistas definem o resultado da interação de alguma forma de radiação com a matéria; por exemplo, você poderia dizer que o raio-x da perna quebrada do moleque da esquina é um espectro; outro exemplo de espectro é o arco-íris, resultado da interação da luz do sol com as gotas de chuva: esse espectro é muito parecido com aquele que se observa quando se “filtra” por um prisma a luz emitida por um elemento –pode ser aquela luz de cor amarela do sódio, por exemplo, daquela sua experiência caseira, lembra-se? – só que a “luz” de qualquer elemento químico é composta de zonas de luz e sombra, diferentemente do arco-íris, que é contínuo. Assim, o “espectro” de um elemento se parece como:





Onde as linhas de luz de diferentes espaçamentos são provenientes de elétrons sendo emitidos e recuperados pelo elemento; as diversas linhas indicam que elétrons de diferentes energias são emitidos e recuperados quando o elemento é excitado a ponto de emitir luz.

Nas décadas de 20 e 30, com aparelhos mais modernos para fazerem espectros, eles observaram que as linhas de espectros atômicos eram subdivididas em outras linhas mais. Quando apareceu o cientista americano Linus C. Pauling (Tem que ter um americano!), que deu idéia que os níveis são divididos por subníveis. Esses subníveis foram designados pelas letras minúsculas: s, p, d, f, g, h, etc.

A camada K é formada pelo subnível s.

A camada L é formada pelos subníveis s e p.

A camada M é formada pelo subnível s, p e d.

A camada N é formada pelo subnível s, p, d e f.

E assim por diante...

E cada subnível comporta um número máximo de elétrons:

Subnível Número máximo de elétrons

s 2

p 6

d 10

f 14

Que são divididas em número crescente de energia:

Assim se fez o diagrama de Pauling:


Camadas Subníveis

K 1s2

L 2s2 2p6

M 3s2 3p6 3d10

N 4s2 4p6 4d10 4f14

O 5s2 5p6 5d10 5f14

P 6s2 6p6 6d10

Q 7s2

Diagrama em ordem crescente de energia:

1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p66s24f145d106p67s25f146d10

Observe que o número maior é o nível, a letra minúscula é o subnível e o número menor é o número máximo de elétrons no subnível.

Veja a distribuição eletrônica de algunselementos:

Elemento Símbolo elétrons distribuição eletrônica

Oxigênio O 8 1s2 2s2 2p4

Belírio Be 4 1s2 2s2

Manganês Mn 25 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5

O 4s2 vem antes de 3d5, porque a sua energia é menor.

O que são íons? Os átomos tem o mesmo número de prótons e elétrons. Os íons são átomos com falta ou sobra de elétrons. Se o número de elétrons for menor que o número de prótons, o íon ficará positivamente carregado (o próton tem carga positiva), esse íon é chamado de Cátion. Ao contrario, se o número de elétrons for maior que os prótons, o íon ficará negativamente carregado (o elétron tem carga negativa), esse íon é chamado de Ânion. Podemos simplificar isso representando um símbolo + para o cátion, e com o símbolo – para o ânion.

Exemplo: à.



Sódio Cátion do sódio

11Na 11Na+

1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6

Veja que retiramos o elétron da camada de maior energia (mais externa), essa camada é chamada de camada de valência.

Podemos resumir: Camada de valência é a camada (camada, não subnível!) mais afastada do núcleo.

Oxigênio Ânion do oxigênio

8O 8O2-

1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p6

No caso do oxigênio a camada de valência tem dois subníveis (um s e outro p). Como o oxigênio “ganhou” dois elétrons, ele fica com duas cargas negativas com o símbolo 2-.

Mas muito antes de Pauling propor seu diagrama dois cientistas, o russo Dmitri Mendeleev e o alemão Lothar Meyer, por volta de 1860, conheciam poucos elementos químicos e trabalhando com eles descobriram que alguns tinham propriedades físicas e químicas parecidas. Aproximadamente 50 elementos foram publicados por esses cientistas, com uma curiosidade: publicaram independentemente, sem o russo saber do trabalho do alemão e vice versa. Observe os seguintes elementos:

Elemento e massa atômica Propriedades

Li (Lítio) — 3 São metais moles

Reagem violentamente com água

Na (Sódio) — 11

K (Potássio)—19



Esses elementos de propriedades semelhantes foram colocados no mesmo grupo (Observe na tabela periódica que os grupos são colocados em colunas) conforme sua massa atômica. Assim fizeram a primeira tabela periódica.

Através do tempo os químicos descobriram mais elementos e foram adicionando na tabela, e até hoje temos 109 elementos conhecidos pelo homem.

Após o diagrama de Pauling, observaram que os elementos de propriedades comuns tinham a camada de valência em comum também.Por exemplo:

Elemento Distribuição eletrônica

Li 1s22s1

Na 1s2 2s2 2p63s1

K 1s2 2s2 2p6 3s2 3p64s1

Obs: Os que estão em destaque são as camadas de valências. Aqui a camada de valência tem apenas um elétron que está no subnível s. Eles tendem a formar íons +1, perdendo o elétron da camada de valência.



Assim ficou bem mais fácil para os químicos fazerem a tabela periódica atual, era só dividir os elementos de camada de valência parecida que eles teriam a mesma propriedade.



Então fica assim: Os elementos têm suas propriedades definidas por sua distribuição eletrônica e camada de valência.

Distribuição eletrônica é a distribuição dos elétrons em níveis (ou camadas) e subníveis de energia.

Camada de valência é a camada mais afastada do núcleo do átomo.

Com uma tabela periódica em mãos você poderá fazer a distribuição dos elementos de um mesmo grupo (Coluna da tabela periódica), e verás que eles têm a camada de valência parecida, e com certeza terão as propriedades físicas e químicas parecidas.

É isso aí! Espero que tenha entendido!

Bons estudos!

Mateus OF.

do Grupo da Quim_Geral



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Em segundo, dê uma olhada rápida em

http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/respostas/carga_nuclear_efetiva.html

e em

http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/respostas/ligaçao_metalica.htm

e ainda

http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/quanticos/numero_1.html

terça-feira, 8 de junho de 2010

Resumo - 2o.bimestre - 1o. ano - 1K

Ao passar pela história da química, na área da atomística (que estuda o átomo), tudo começou quando em 478 a.C., um filósofo grego chamado Leucipo, fez a seguinte observação: a areia da praia de longe parece contínua, mas após chegarmos perto dela existirão milhares de grãos de areia. Assim tudo no Universo parecesse contínuo mas na verdade são formados por “grãozinhos”. A esses ”grãozinhos” eles deram nome de átomos (algo indivisível).


Mas na época acabou predominando a teoria de Aristóteles (384-322 a.C.), onde dizia que tudo é constituído por quatro “elementos” básicos: fogo, terra, ar e água.

Somente no século XIX, John Dalton (1766-1844) retomou a teria de Leucipo, mas modificando-a dizendo que os átomos são indivisíveis, mas que existe, por exemplo, a diferença do átomo de ferro do átomo de magnésio, diferenças de massas e tamanhos. Mas a teoria de Dalton não explicava a natureza elétrica da matéria, onde cargas elétricas de sinais diferentes se atraem e de sinais iguais se repelem.

Por volta de 1887 um cientista inglês chamado Joseph John Thomson fez experiências com tubo de raios catódicos, e concluiu que os raios catódicos são na verdade, constituídos pelo fluxo de partículas menores que o átomo e dotadas de carga elétrica negativa. Estava descoberto o elétron.

Tubos de raios catódicos: São tubos de vidro que contém nas duas pontas extremidades metálicas (chamadas de eletrodos) ligadas a uma bateria. Quando a pressão dentro desse tubo é diminuída, o gás entre os eletrodos transmite certa luminosidade (Você verá um tubo desses se olhar para a lâmpada fluorescente, que tem na sua casa ou escola), mas quando abaixarmos muitíssimo a pressão (cerca de 100mil vezes a pressão ambiente) a luminosidade desaparece, restando apenas uma mancha luminosa atrás do pólo positivo (chamado de raio catódico).

Obs: Os raios catódicos são formados independentes do tipo de gás utilizado.

Assim J.J. Thomson formulou um modelo onde o átomo é uma esfera positiva com elétrons “incrustados”, onde a carga negativa dos elétrons compensaria a carga positiva do átomo.

Na mesma época o cientista alemão Eugene Goldstein descobriu, com tubo de raios catódicos modificados, os prótons que pesavam 1836vezes mais do que o elétron. Assim essa descoberta abalou o modelo de Thomson que não levava em conta os prótons.

Ernest Rutherford (1871-1937), cientista nascido na Nova Zelândia, realizou em 1911 um experimento onde derrubou de vez o modelo de Thomson.

Ele “bombardeou” uma finíssima folha de ouro com partículas radioativas carregadas positivamente (chamada de partículas alfa), e usou uma tela fluorescente que emitisse uma luminosidade quando atingida por partículas alfa. Observou-se que a maioria das partículas alfa atravessava a folha sem qualquer desvio. Apenas algumas poucas eram desviadas ou ricocheteavam. Aí foi quando Rutherford o “modelo planetário”, onde o átomo se assemelha ao sistema solar, com os elétrons girando em torno do núcleo, como os planetas em volta do sol.

Alguns cientistas observaram que ao adicionar um elemento à chama de bico de Bunsen, observou-se que a chama, inicialmente azul claro, adquire uma cor característica de cada elemento.

Elemento Cor

Lítio Carmim

Sódio Amarelo

Potássio Violeta

Cálcio Vermelho-tijolo

Estrôncio Vermelho

Bário Verde

Cobre Azul

Chumbo Azul-claro

Faça uma experiência em casa: jogue um pouco de sal de cozinha (NaCl: cloreto de sódio) na chama do fogão à gás, e você verá a cor amarela proveniente do sódio (cuidado para não se queimar e nem sujar o fogão da mamãe).

Mas acontece que alguns cientistas descobriram que ao passar a luz do sol (ou lâmpada comum) pelo prisma, ela se decompõe em varias cores conhecidas como arco-íris. Que foram chamados de espectro da luz visível. Também fazendo experiências com lâmpada de gás (tubos de raios catódicos, lembra?), notaram que esses não se observavam espectros completos, mas apenas algumas linhas, correspondentes somente algumas freqüências das ondas de luz visível. É chamado de espectro de linhas ou espectro atômico. Mas nenhum cientista foi capaz de explicar esses espectros.

Acontece que um cientista dinamarquês, Neils Bohr (Cada nome difícil! Neils, Thonsom, Stanlei. He! He! He!), propôs uma resposta para o mistério.

Bohr, em 1913, propôs um modelo onde:

1. 1.Os elétrons nos átomos movimentam-se ao redor do núcleo em trajetórias circulares, chamadas de camadas ou níveis (Ufa! Demorou, éin!).

2. 2.Cada um desses níveis possui um valor determinado de energia.

3. 3.Não é permitido a um elétron permanecer entre dois desses níveis.

4. 4.Um elétron pode passar de um nível para outro de maior energia, desde que absorva energia externa (energia elétrica, luz, calor, etc.). Quando isso acontece, dizemos que o o elétron foi “excitado”.

5. 5.O retorno do elétron ao nível inicial se faz acompanhar da liberação de energia na forma de ondas eletromagnéticas (ondas que se propagam no ar e no vácuo: luz visível ou ultravioleta).

Assim foram quantizadas as energias dos elétrons, isto é, deveriam possuir determinados valores. Cada camada ou nível tinha sua energia determinada.



A absorção de energia excita o elétron No retorno ao estado fundamental ocorre liberação de energia

Assim Bohr consegue explicar os espectros atômicos. Nas lâmpadas os elétrons do gás são excitados (o elétron “pula” de um nível de energia menor para um maior) por uma corrente elétrica. Quando voltam para o nível de energia menor desprendem ondas de luz visível.

Como nada no mundo é perfeito como queríamos, veio um tal de físico Werner Heisenberg (Outro nome difícil!), que fez uma pergunta interessante: Se formos medir a temperatura de um copo d’água é só colocar um termômetro e obteremos o valor correspondente. Mas se quisermos medir a temperatura de uma gotícula, a temperatura do termômetro não irá interferir?

É claro que interfere. Aí Heisenberg formulou em 1927 o chamado: Princípio de Incerteza de Heisenberg. Onde diz que: O ato de medir altera a grandeza medida. Isso se torna tanto mais problemático quanto menor é o objeto de medida. E como vamos saber onde está exatamente o pequeníssimo elétron? Para Heisenberg o elétron é mais bem caracterizado por sua energia do que por sua posição, velocidade ou trajetória.

“Já que era incerta a posição dos elétrons, vamos estudar suas energias por seus espectros”, assim pensaram os cientistas, que continuaram a trabalhar com espectros. Por espectro os cientistas definem o resultado da interação de alguma forma de radiação com a matéria; por exemplo, você poderia dizer que o raio-x da perna quebrada do moleque da esquina é um espectro; outro exemplo de espectro é o arco-íris, resultado da interação da luz do sol com as gotas de chuva: esse espectro é muito parecido com aquele que se observa quando se “filtra” por um prisma a luz emitida por um elemento –pode ser aquela luz de cor amarela do sódio, por exemplo, daquela sua experiência caseira, lembra-se? – só que a “luz” de qualquer elemento químico é composta de zonas de luz e sombra, diferentemente do arco-íris, que é contínuo. Assim, o “espectro” de um elemento se parece como:









Onde as linhas de luz de diferentes espaçamentos são provenientes de elétrons sendo emitidos e recuperados pelo elemento; as diversas linhas indicam que elétrons de diferentes energias são emitidos e recuperados quando o elemento é excitado a ponto de emitir luz.

Nas décadas de 20 e 30, com aparelhos mais modernos para fazerem espectros, eles observaram que as linhas de espectros atômicos eram subdivididas em outras linhas mais. Quando apareceu o cientista americano Linus C. Pauling (Tem que ter um americano!), que deu idéia que os níveis são divididos por subníveis. Esses subníveis foram designados pelas letras minúsculas: s, p, d, f, g, h, etc.

A camada K é formada pelo subnível s.

A camada L é formada pelos subníveis s e p.

A camada M é formada pelo subnível s, p e d.

A camada N é formada pelo subnível s, p, d e f.

E assim por diante...

E cada subnível comporta um número máximo de elétrons:

Subnível Número máximo de elétrons

s 2

p 6

d 10

f 14

Que são divididas em número crescente de energia:



Assim se fez o diagrama de Pauling:

Camadas Subníveis

K 1s2

L 2s2 2p6

M 3s2 3p6 3d10

N 4s2 4p6 4d10 4f14

O 5s2 5p6 5d10 5f14

P 6s2 6p6 6d10

Q 7s2

Diagrama em ordem crescente de energia:

1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p66s24f145d106p67s25f146d10

Observe que o número maior é o nível, a letra minúscula é o subnível e o número menor é o número máximo de elétrons no subnível.

Veja a distribuição eletrônica de algunselementos:

Elemento Símbolo elétrons distribuição eletrônica

Oxigênio O 8 1s2 2s2 2p4

Belírio Be 4 1s2 2s2

Manganês Mn 25 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5

O 4s2 vem antes de 3d5, porque a sua energia é menor.

O que são íons? Os átomos tem o mesmo número de prótons e elétrons. Os íons são átomos com falta ou sobra de elétrons. Se o número de elétrons for menor que o número de prótons, o íon ficará positivamente carregado (o próton tem carga positiva), esse íon é chamado de Cátion. Ao contrario, se o número de elétrons for maior que os prótons, o íon ficará negativamente carregado (o elétron tem carga negativa), esse íon é chamado de Ânion. Podemos simplificar isso representando um símbolo + para o cátion, e com o símbolo – para o ânion.

Exemplo: à.



Sódio Cátion do sódio

11Na 11Na+

1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6

Veja que retiramos o elétron da camada de maior energia (mais externa), essa camada é chamada de camada de valência.

Podemos resumir: Camada de valência é a camada (camada, não subnível!) mais afastada do núcleo.

Oxigênio Ânion do oxigênio

8O 8O2-

1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p6

No caso do oxigênio a camada de valência tem dois subníveis (um s e outro p). Como o oxigênio “ganhou” dois elétrons, ele fica com duas cargas negativas com o símbolo 2-.

Mas muito antes de Pauling propor seu diagrama dois cientistas, o russo Dmitri Mendeleev e o alemão Lothar Meyer, por volta de 1860, conheciam poucos elementos químicos e trabalhando com eles descobriram que alguns tinham propriedades físicas e químicas parecidas. Aproximadamente 50 elementos foram publicados por esses cientistas, com uma curiosidade: publicaram independentemente, sem o russo saber do trabalho do alemão e vice versa. Observe os seguintes elementos:

Elemento e massa atômica Propriedades

Li (Lítio) — 3 São metais moles

Reagem violentamente com água

Na (Sódio) — 11

K (Potássio)—19



Esses elementos de propriedades semelhantes foram colocados no mesmo grupo (Observe na tabela periódica que os grupos são colocados em colunas) conforme sua massa atômica. Assim fizeram a primeira tabela periódica.

Através do tempo os químicos descobriram mais elementos e foram adicionando na tabela, e até hoje temos 109 elementos conhecidos pelo homem.

Após o diagrama de Pauling, observaram que os elementos de propriedades comuns tinham a camada de valência em comum também.Por exemplo:

Elemento Distribuição eletrônica

Li 1s22s1

Na 1s2 2s2 2p63s1

K 1s2 2s2 2p6 3s2 3p64s1

Obs: Os que estão em destaque são as camadas de valências. Aqui a camada de valência tem apenas um elétron que está no subnível s. Eles tendem a formar íons +1, perdendo o elétron da camada de valência.



Assim ficou bem mais fácil para os químicos fazerem a tabela periódica atual, era só dividir os elementos de camada de valência parecida que eles teriam a mesma propriedade.



Então fica assim: Os elementos têm suas propriedades definidas por sua distribuição eletrônica e camada de valência.

Distribuição eletrônica é a distribuição dos elétrons em níveis (ou camadas) e subníveis de energia.

Camada de valência é a camada mais afastada do núcleo do átomo.

Com uma tabela periódica em mãos você poderá fazer a distribuição dos elementos de um mesmo grupo (Coluna da tabela periódica), e verás que eles têm a camada de valência parecida, e com certeza terão as propriedades físicas e químicas parecidas.

É isso aí! Espero que tenha entendido!

Bons estudos!

Mateus OF.

do Grupo da Quim_Geral

Resumo - 2o. Bimestre - 1o. ano ensino médio - turma - 1K

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Com o advento de novas descobertas na área da mecânica quântica entre os séculos XIX e XX, o modelo de Rutheford-Bohr, consolidado em 1913, o qual se aplicava muito bem aos átomos com um só elétron, não foi capaz de explicar fenômenos envolvendo átomos com mais elétrons, por isso surgiu a necessidade de aperfeiçoar o modelo, segundo as observações experimentais, resultando no conceito de subníveis atômicos ou subníveis de energia.


Nos experimentos com espectroscopia com a difração da luz emitida pela transição eletrônica dos átomos, foi possível observar que havia uma raia de diferentes comprimentos de onda emitidos, dentro de uma mesma estreita faixa, de um mesmo nível de energia. Foi então que, em 1919, o físico inglês Arnold Sommerfeld (1868-1951) buscou uma solução, ele propôs que os elétrons deveriam assumir órbitas elíptcas variadas dentro de um mesmo nível, com mesma energia, permitindo um “espectro de raias” na emissão de luz. Cada órbita recebeu o nome de subnível e, cada qual, foi identificado com uma letra: s, p, d ou f (letras relacionadas as palavras do inglês: sharp, principal, diffuse e fundamental; visto a descriçao do comportamento de cada orbital).

Em 1924, o físico inglês Edmund Clifton Stoner(1889-1973) chegou ao número máximo de elétrons comportado por cada subnível:

s: 2 elétrons, p: 6 elétrons, d: 10 elétrons e f:14 elétrons.

Para conhecer a relação de energia de cada subnível, basta verificar o diagrama criado por Linus Pauling a cerca da distribuição eletrônica de um átomo no estado fundamental:



Distribuição de Energia

Energia:

1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5 s< 4d < 5p < 6s < 4f < 5d < 6p < 7s < 5f < 6d < 7p

Seguindo a sequência de distribuição energética, pode-se representar os elétrons de um átomo da seguinte forma:

Exemplo:

nitrogênio N: 1s²2s²3s³

Sendo que, por convenção, para 3s³, por exemplo, tem-se 3 elétrons no subnível p do 4º nível.

Os subníveis também possuem representaçao espacial de acordo com a distribuição de probabilidade dos elétrons, dada por:



Os subníveis representam apenas um modelamento correspondente aos ensaios experimentais, pois se ajustam bem, mas não correspondem á realidade e, por isso, não podem ser traduzidos como a distribuição real dos elétrons, que é muito mais complexa